quinta-feira, 21 de julho de 2016

A ESTRELA POLAR









































Relicário de Poesia

A ESTRELA POLAR


A estrelinha do norte,
Tem lugar destacado,
Não é estrela da sorte,
Mas é ponto marcado.

Quem não tem o norte,
Para se poder orientar,
Olhe lá a Estrela Polar,
É o ponto da sua sorte.

Quem for desorientado,
Nem precisa de ir rezar,
O norte lá está marcado,
Para a gente se orientar.

Se acaso perder o norte,
Nunca perca essa estrela,
Não é a estrela da sorte,
Mas é sorte poder vê-la.

Para de dia se orientar,
O Sol é o ponto Nascente,
Mas quando ele se deitar,
Dorme no ponto Poente.

Se vir o Sol ao seu nascer,
O Norte à esquerda está,
Sobe dá o Sul, já a descer,
Ao Poente já luz não dá.

Manuel Mar.
®
Torres Novas,21/07/2016
Foto: Net

SABEDORIA DO POVO
















Relicário de Poesia

SABEDORIA DO POVO

Na vida nem tudo é mau,
O desporto é um desafio,
Quando partes o degrau,
Dá-te sempre um arrepio.

Homem morto é defunto,
Tudo parte no ponto fraco,
Quando não sei pergunto,
Homem já foi um macaco?

Nem tudo é sempre bom,
O fado é sempre destino,
Tocado mas fora do tom,
Soará mal qualquer hino.

Mulher bela é a preferida,
Mulher feia ninguém quer,
A vida fica comprometida,
Se escolhes uma qualquer.

Se não gostas o que tens,
Só tens de mudar de vida,
Mas se deres os teus bens,
Acabas com a vida perdida.

Dizem do pior do Satanás,
Sem fazer mal a ninguém.
Já disso ninguém é capaz,
Sobre o Governo que tem.

Manuel Mar.
®
Torres Novas,21/07/2016

Foto: Net

A FORTUNA





























Relicário de Poesia

FORTUNA

A minha fortuna foi ter nascido,
São, sadio e com discernimento,
Mas neste mundo de tormento,
Há quem se sinta arrependido.

Fiz um avultado investimento,
Para manter a minha fortuna,
Foi numa época bem oportuna,
Em que usei todo o meu talento.

Não fiz mais porque não sabia,
Mas arrisquei quanto eu podia,
E só vivia como tinha desejado.

Quando não me restou a saúde,
Meti-me dentro do meu ataúde,
E já sem a fortuna fui sepultado.

Manuel Mar.
®
Torres Novas,21/07/2016
Foto: Net

A DANÇA À GREGA




























Relicário de Poesia

A DANÇA À GREGA
Num país de imensas tradições,
E com a democracia na sua raiz,
Tem vida cheia de contradições,
O povo tem até muitas aflições,
E nunca consegue viver ali feliz.

Mas há muitos anos já se sabia,
Que a democracia é coisa rara,
A candeia a que ela se alumia,
Nasceu de uma grande utopia,
E além de muito lenta é cara.

Era bonita se não tivesse custo,
Mas já se viu que é uma utopia,
Que o povo apanha muito susto,
E ninguém recebe o que é justo,
Gasta-se tudo com democracia.

O pior de tudo é uma miragem,
De todos fazerem vida de ricos,
O povo seduzido nessa imagem,
Vive a vida com pouca coragem,
E passa a vida a tapar os bicos.

E quando se gasta o que não há,
Devia haver muito mais cuidado,
A vida nunca deixará de ser má,
Viver do crédito sempre foi e será,
Um custo de vida mais agravado.

A democracia fez-se dona de tudo,
Mas gasta de mais e tem de pedir,
O governo faz da vida o entrudo,
E toda a raia que é o povo miúdo,
Perde tudo com sorte se não falir.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 3/07/2016


Foto: Net

DECLARAÇÃO DE AMOR







































Relicário de Poesia

DECLARAÇÃO DE AMOR

Quando o amor se declara,
Às vezes é difícil saber falar,
Deve olhar de forma clara,
E sem nunca se atrapalhar.

Não saber dizer o que sente,
Torna-se muito difícil falar,
E se quer parecer eloquente,
Acabar por ter que se calar.

Se ela entendesse o seu olhar,
Saberia o que ele queria dizer,
E nem seria preciso ele falar,
Ela adivinharia o seu querer.

Se o rapaz é envergonhado,
Pode até parecer que mente,
Mas nunca deve ficar calado,
Basta dizer aquilo que sente.

Mas quem sente muito fala,
Para dizer tudo o que quer,
Tem que ter só muita calma,
Para agradar a essa mulher.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 2/07/1962
Foto: Net