quarta-feira, 13 de julho de 2016

AMOR RECUSADO








































Manuel Mar. ”Poesia”

AMOR RECUSADO

Ao recusares o amor que te supliquei,
Tu não tiveste um pouco de piedade,
Mas usas-te comigo muita crueldade,
Matando o amor que contigo sonhei.

Eu não me quero arrastar a teus pés,
Mas confesso que me sinto derrotado,
Por não conseguir ser feliz a teu lado,
E me sentir perdido em revoltas marés.

Tinha pedido a Deus a tua compaixão,
Mas tu não tiveste dó do meu coração,
Com o teu não tanta tristeza me deste.

Sinto-me um condenado mas inocente,
Que te deseja boa sorte, sinceramente,
E que nunca lamentes o que recusaste.

Manuel Mar.
Torres Novas, 13/07/2016

Foto: Net

AMOR RECUSADO








































Manuel Mar. ”Poesia”

AMOR RECUSADO

Ao recusares o amor que te supliquei,
Tu não tiveste um pouco de piedade,
Mas usas-te comigo muita crueldade,
Matando o amor que contigo sonhei.

Eu não me quero arrastar a teus pés,
Mas confesso que me sinto derrotado,
Por não conseguir ser feliz a teu lado,
E me sentir perdido em revoltas marés.

Tinha pedido a Deus a tua compaixão,
Mas tu não tiveste dó do meu coração,
Com o teu não tanta tristeza me deste.

Sinto-me um condenado mas inocente,
Que te deseja boa sorte, sinceramente,
E que nunca lamentes o que recusaste.

Manuel Mar.
Torres Novas, 13/07/2016

Foto: Net

A FADA DO VINHO



























Os Contos de Manfer

A FADA DO VINHO

A minha avó, Dona Francisca Rosa, era já bem velhinha e viúva, e viva na aldeia com a sua filha Matilde, que era minha madrinha e eu vivi com elas até à idade de ir à escola.
Os meus pais viviam numa casa ao lado mas devido aos trabalhos do campo, que eram naquele tempo de sol a sol, era quase sempre a minha avó que tomava conta de mim.
Nesse tempo não havia nada em comparação com os dias de hoje, e então ao serão era sempre e minha avó que me contava muitos contos, lendas e histórias que ela já tinha ouvido quando era pequena e que ainda se lembrava tão bem que, por vezes me parecia que estava a ver o que ela dizia.
Uma dessas lendas de que ainda me lembro era a de uma fada daquelas que fazem os feitiços, e que se zangou com o homem dela por causa do vinho. Antigamente os homens de trabalho do campo bebiam muito vinho e água-ardente e nunca lhes fazia mal e até lhe dava mais força para trabalhar de sol a sol porque, nesse tempo, a noite era quase toda para dormir e não havia as bebedeiras que há hoje.
Então o que é que a fada fez? Fez um feitiço pelo qual o homem que aguenta pouco vinho é como um galo e logo fica num estado de espírito que se põe a cantar de galo.
Se um homem aguenta o vinho fica com a força de um leão e só está bem a trabalhar.
O homem que aguenta bem o vinho mas que em vez de o beber até o come, fica bêbado e é pior que um burro que não toma ensino, dá coices e trata mal quem se aproxime dele.
A moral desta lenda está bem de ver. O vinho é uma bebida especial que revigora o homem e a mulher, mas que deve ser bebido com moderação para terem a força de leão e se evitar que façam figura de galo ou de burro.

Manfer
®
Torres Novas, 31/05/2015
Foto: Net

A ESPERTEZA DO RÉU



























Os Contos de Manfer

A ESPERTEZA DO RÉU

Quando era pequeno e ainda se vivia à luz da candeia de azeite no topo da chaminé, não havia ainda rádio ou televisão, ao serão ouvia muitas lendas e velhas histórias contadas quase sempre pela minha avó.
A única distracção que havia era uma grafonola muito antiga que para tocar se rodava uma manivela e saiam músicas muito antigas.
As lendas da minha avó era quase sempre o assunto das grandes noites de inverno com toda a gente sentada ao pé da lareira antiga, onde ardiam os bons cepos de lenha que cortada durante a primavera e seca e guardada no fim do verão.
A casa da minha avó era muito antiga e não havia água canalizada mas sim os cântaros de barro cozido pelo oleiro ou umas bilhas de folha de zinco feitas pelo latoeiro. A lareira era ampla mas só o chão dela era revestido com lajes de pedra. O resto do chão era feito com barro amaçado com palha de trigo e depois era muito bem batido até ficar lizo e rijo.
Mas, hoje, vou contar a lenda da esperteza do acusado inocente, que era um pobre homem muito religioso que foi acusado injustamente de ter assassinado uma mulher que tinha aparecido morta.
O verdadeiro assassino era um barão do reino que para se encobrir do seu repudiante acto espalhou traiçoeiramente um boato incriminando o pobre inocente, que foi prezo e estava sujeito a morrer na forca, porque não tinha testemunhas para se defender. As testemunhas do barão tinham sido compradas por bom dinheiro para jurarem falso e assim o encobrir.
O pobre do réu não tinha nenhuma chance a seu favor a não ser que houvesse um milagre para provar a sua inocência.
O pobre homem foi ouvido pelo juiz e sempre disse que estava inocente.
Mas, o juiz como ele não apresentou testemunhas, tinha que o levar a julgamento e condená-lo.
Havia quem pensasse que o juiz suspeitava da tramóia que havia contra o pobre homem e que o barão seu amigo é que teria todas as culpas.
No dia do julgamento o juiz disse ao réu que queria fazer-lhe um julgamento justo porque era um homem de grande religiosidade e que iria colocar a sorte do réu nas mãos de Deus nosso Senhor, para que o acusado provasse a sua inocência.
E disse o juiz: Nestes dois pedaços de papel vos escrever num a palavra: INOCENTE e no outro: CULPADO, o senhor vai escolher um deles quando eu lhe disser.
O veredicto da sentença será dado pelo que estiver escrito no papel que o Senhor escolher e decidir o seu destino.

Mas, sem que o réu se apercebesse, o juiz escreveu CULPADO em ambos os papéis, para que o acusado não tivesse nenhuma salvação e fosse condenado a morrer na forca.
O juiz colocou os papéis à frente do réu e mandou escolher um.
O homem hesitou mas agarrou um papel que meteu logo na boca e engoliu.
O juiz surpreso e indignado gritou: “Mas o que é que você fez?” “E agora como é que vou saber qual é o veredicto?”

-“É muito fácil!”: respondeu o réu: “Basta ver o que está escrito nesse papel e saberá o que estava no papal que eu engoli”!

O juiz imediatamente o julgou “INOCENTE” e o libertou.

MORAL DA LENDA:

Por muito difícil que seja a situação deve-se sempre ter esperança e cabeça fresca para resolver os problemas e as artimanhas que nos surgem na vida.

Neste caso a esperteza do réu salvou-lhe a vida.

Manfer
®
Torres Novas, 6/06/2015

Foto: Net