- Relicário dos Prazeres
- Autor: Manuel Mar.
- O Fado do Amor!
- A Júlia vivia muito feliz,
- Sempre sorrindo
- Para toda a gente,
- Tinha muitos amigos,
- Era cantadeira do fado.
- Gozava a sua vida!
- Sempre muito divertida,
- Cantava todas as noites,
- Dormia pouco,
- Sempre de dia e sonhava
- Com grandes amores
- E apaixonados,
- Mas na realidade
- Vivia muito sozinha.
- Os seus desejos de amor,
- E os seus grandes sorrisos,
- Voavam suplicantes,
- Mas não pretendia amantes,
- O seu coração era puro,
- E desejava um apaixonado
- Para confiar o seu amor.
- Ela cantava com muito fervor
- As suas belas canções
- De amor e de paixão.
- Mas, num dia de perdição,
- Sentiu-se muito seduzida,
- E mudou a sua vida,
- Entregou-se a um freguês,
- Que não era de boa rês,
- E dizendo que a amava,
- Por outras a trocava.
- A Júlia perdeu o seu sorriso,
- Sonhava com o paraíso,
- Para viver um amor terno,
- Mas, acabou!?
- A viver num inferno.
- Torres Novas, 14/04/2016
quinta-feira, 14 de abril de 2016
O FADO DO AMOR
O FADO DO AMOR
- Relicário dos Prazeres
- Autor: Manuel Mar.
- O Fado do Amor!
- A Júlia vivia muito feliz,
- Sempre sorrindo
- Para toda a gente,
- Tinha muitos amigos,
- Era cantadeira do fado.
- Gozava a sua vida!
- Sempre muito divertida,
- Cantava todas as noites,
- Dormia pouco,
- Sempre de dia e sonhava
- Com grandes amores
- E apaixonados,
- Mas na realidade
- Vivia muito sozinha.
- Os seus desejos de amor,
- E os seus grandes sorrisos,
- Voavam suplicantes,
- Mas não pretendia amantes,
- O seu coração era puro,
- E desejava um apaixonado
- Para confiar o seu amor.
- Ela cantava com muito fervor
- As suas belas canções
- De amor e de paixão.
- Mas, num dia de perdição,
- Sentiu-se muito seduzida,
- E mudou a sua vida,
- Entregou-se a um freguês,
- Que não era de boa rês,
- E dizendo que a amava,
- Por outras a trocava.
- A Júlia perdeu o seu sorriso,
- Sonhava com o paraíso,
- Para viver um amor terno,
- Mas, acabou!?
- A viver num inferno.
- Torres Novas, 14/04/2016
quarta-feira, 13 de abril de 2016
O PAR IDEAL
- Relicário dos Prazeres
- Autor: Manuel Mar.
- O Par Ideal!
- A história da minha vida,
- Até me parece misteriosa,
- Porque é simples e florida,
- Não pintada ou colorida,
- E é linda como uma rosa.
- Par ideal foram meus pais,
- Gente muito provinciana,
- Simples com grandes ideais,
- Com muitos dons naturais,
- Muito educada e humana.
- O pai foi um trabalhador,
- Que sabia de vários ofícios,
- Era um pequeno agricultor,
- E que cultivava com amor,
- Afastando pecados e vícios.
- A mãe era domestica leal,
- Cheia de grandes virtudes,
- Lutava pelo seu bom ideal,
- Defendendo o valor moral,
- Das suas honradas atitudes.
- Educaram seus nove filhos,
- Com sacrifício e muito amor,
- E sempre dentro dos trilhos,
- Sem desavenças ou sarilhos,
- Todos estudaram com rigor.
- Não havia rádio e televisão,
- Mas meus pais sabiam cantar,
- E cantavam ao fazer o serão,
- Peneirando a farinha do pão,
- Para depois se poder amassar.
- Estudámos à luz do candeeiro,
- Enquanto vivemos na aldeia,
- Era sempre pouco o dinheiro,
- Dava jeito fazer o mealheiro,
- Para servir como pé-de-meia.
- Dois filhos foram professores,
- Um tradutor, dois electricistas,
- Dois fizeram cursos superiores,
- Duas tiveram públicos labores,
- E hoje já são todos pensionistas.
- Conto esta história bem singela,
- Para honrar os meus bons pais,
- Se eu fosse pintor faria um tela,
- A mais maravilhosa aguarela
- Não quero esquece-los jamais.
- Torres Novas, 14/04/2016
O PAR IDEAL
- Relicário dos Prazeres
- Autor: Manuel Mar.
- O Par Ideal!
- A história da minha vida,
- Até me parece misteriosa,
- Porque é simples e florida,
- Não pintada ou colorida,
- E é linda como uma rosa.
- Par ideal foram meus pais,
- Gente muito provinciana,
- Simples com grandes ideais,
- Com muitos dons naturais,
- Muito educada e humana.
- O pai foi um trabalhador,
- Que sabia de vários ofícios,
- Era um pequeno agricultor,
- E que cultivava com amor,
- Afastando pecados e vícios.
- A mãe era domestica leal,
- Cheia de grandes virtudes,
- Lutava pelo seu bom ideal,
- Defendendo o valor moral,
- Das suas honradas atitudes.
- Educaram seus nove filhos,
- Com sacrifício e muito amor,
- E sempre dentro dos trilhos,
- Sem desavenças ou sarilhos,
- Todos estudaram com rigor.
- Não havia rádio e televisão,
- Mas meus pais sabiam cantar,
- E cantavam ao fazer o serão,
- Peneirando a farinha do pão,
- Para depois se poder amassar.
- Estudámos à luz do candeeiro,
- Enquanto vivemos na aldeia,
- Era sempre pouco o dinheiro,
- Dava jeito fazer o mealheiro,
- Para servir como pé-de-meia.
- Dois filhos foram professores,
- Um tradutor, dois electricistas,
- Dois fizeram cursos superiores,
- Duas tiveram públicos labores,
- E hoje já são todos pensionistas.
- Conto esta história bem singela,
- Para honrar os meus bons pais,
- Se eu fosse pintor faria um tela,
- A mais maravilhosa aguarela
- Não quero esquece-los jamais.
- Torres Novas, 14/04/2016
A DERRADEIRA JORNADA
- Relicário da Nostalgia
- Autor: Manuel Mar.
- A Derradeira Jornada!
- Foi durante a Segunda Guerra,
- Havia fome lá na minha terra,
- A gente andava desesperada,
- E por causa do racionamento,
- Havia dor e muito sofrimento,
- Toda a gente vivia revoltada,
- E ninguém podia sequer falar,
- Havia bufos sempre a escutar,
- Às ordens da União Nacional,
- Se refilava ia à cadeia parar,
- Todo o povo vivia muito mal,
- Mas tinha que sofrer e calar.
- Eu era ainda menino e moço,
- Quando comecei na jornada,
- Pouco fazia ou mesmo nada,
- Já antes do pequeno-almoço,
- Bem cedo ainda madrugada,
- Eu fazia enorme caminhada,
- Para ir buscar água ao poço,
- E seguia para as filas do pão,
- Acompanhando a minha avó,
- E não se comprava pão-de-ló,
- Ali só havia um pão de rolão,
- Não se podia fazer mais nada.
- E depois do pequeno-almoço,
- Antes do Sol estar a queimar,
- Tocava burro à volta do poço,
- Para tirar água para se regar,
- Tudo o qua havia lá na horta.
- Encaminhava água minha tia,
- A minha avó sentada à porta,
- Que ela trabalhar não podia,
- Com a idade ficou bem torta,
- Mas ainda vivia com alegria,
- Gostava de dar a sua risota,
- Até que chegou o último dia.
- Quando minha avó faleceu,
- Quem mais perdeu fui só eu,
- Pois eu muito dela gostava,
- Sua morte eu não esperava,
- Foi para mim um triste dia,
- De a ver morrer em agonia.
- Tinha então meus sete anos,
- Cheios de vida sem enganos,
- Senti a sua partida ser cruel,
- Não queria saborear esse fel,
- Mas acabei por compreender,
- Quem nasce terá que morrer.
- Torres Novas, 13/04/2016
A DERRADEIRA JORNADA
- Relicário da Nostalgia
- Autor: Manuel Mar.
- A Derradeira Jornada!
- Foi durante a Segunda Guerra,
- Havia fome lá na minha terra,
- A gente andava desesperada,
- E por causa do racionamento,
- Havia dor e muito sofrimento,
- Toda a gente vivia revoltada,
- E ninguém podia sequer falar,
- Havia bufos sempre a escutar,
- Às ordens da União Nacional,
- Se refilava ia à cadeia parar,
- Todo o povo vivia muito mal,
- Mas tinha que sofrer e calar.
- Eu era ainda menino e moço,
- Quando comecei na jornada,
- Pouco fazia ou mesmo nada,
- Já antes do pequeno-almoço,
- Bem cedo ainda madrugada,
- Eu fazia enorme caminhada,
- Para ir buscar água ao poço,
- E seguia para as filas do pão,
- Acompanhando a minha avó,
- E não se comprava pão-de-ló,
- Ali só havia um pão de rolão,
- Não se podia fazer mais nada.
- E depois do pequeno-almoço,
- Antes do Sol estar a queimar,
- Tocava burro à volta do poço,
- Para tirar água para se regar,
- Tudo o qua havia lá na horta.
- Encaminhava água minha tia,
- A minha avó sentada à porta,
- Que ela trabalhar não podia,
- Com a idade ficou bem torta,
- Mas ainda vivia com alegria,
- Gostava de dar a sua risota,
- Até que chegou o último dia.
- Quando minha avó faleceu,
- Quem mais perdeu fui só eu,
- Pois eu muito dela gostava,
- Sua morte eu não esperava,
- Foi para mim um triste dia,
- De a ver morrer em agonia.
- Tinha então meus sete anos,
- Cheios de vida sem enganos,
- Senti a sua partida ser cruel,
- Não queria saborear esse fel,
- Mas acabei por compreender,
- Quem nasce terá que morrer.
- Torres Novas, 13/04/2016
ALDEIA ABENÇOADA
- Relicário dos Prazeres
- Autor: Manuel Mar.
- Aldeia abençoada!
- Do meu tempo de juventude,
- Guardo gratas recordações,
- Daquilo que vivi sem atitude,
- Ainda andava com os calções,
- Das pessoas de muita virtude,
- Que me davam bons sermões,
- Demonstrando em amplitude,
- Para não restarem as ilusões,
- Deste mundo que tanto ilude,
- Praticando tantas más acções.
- Gostava de fazer malandrices,
- Quando surgia a oportunidade,
- Inventava sempre as aldrabices,
- Como se fossem pura verdade,
- Era tempo de tantas crendices,
- Esse belo tempo da mocidade,
- Porque faziam muitas tolices,
- E às vezes de grande maldade,
- Mas foram tempos bem felizes,
- Onde se fazia muita amizade.
- Vivi numa aldeia abençoada,
- Repleta de amor e de carinho,
- Tod’a gente era até educada,
- E vivia bem com o seu vizinho,
- O campo era cavado à enxada,
- E amanhado bem devagarinho,
- Toda a casa que era abastada,
- Limpava sempre o caminho,
- A gente pobre era ajudada,
- Cada casa parecia um ninho.
- Torres Novas, 13/04/2016
ALDEIA ABENÇOADA
- Relicário dos Prazeres
- Autor: Manuel Mar.
- Aldeia abençoada!
- Do meu tempo de juventude,
- Guardo gratas recordações,
- Daquilo que vivi sem atitude,
- Ainda andava com os calções,
- Das pessoas de muita virtude,
- Que me davam bons sermões,
- Demonstrando em amplitude,
- Para não restarem as ilusões,
- Deste mundo que tanto ilude,
- Praticando tantas más acções.
- Gostava de fazer malandrices,
- Quando surgia a oportunidade,
- Inventava sempre as aldrabices,
- Como se fossem pura verdade,
- Era tempo de tantas crendices,
- Esse belo tempo da mocidade,
- Porque faziam muitas tolices,
- E às vezes de grande maldade,
- Mas foram tempos bem felizes,
- Onde se fazia muita amizade.
- Vivi numa aldeia abençoada,
- Repleta de amor e de carinho,
- Tod’a gente era até educada,
- E vivia bem com o seu vizinho,
- O campo era cavado à enxada,
- E amanhado bem devagarinho,
- Toda a casa que era abastada,
- Limpava sempre o caminho,
- A gente pobre era ajudada,
- Cada casa parecia um ninho.
- Torres Novas, 13/04/2016
terça-feira, 12 de abril de 2016
RECORDAÇÕES DO PASSADO
- Relicário dos Prazeres
- Autor: Manuel Mar.
- Recordações do Passado!
- Nasci numa aldeia perdida,
- Entre pedreiras e penhascos,
- De onde se via a Serra d’Aire,
- Bem antes do renascer do Sol.
- A aldeia era bem escondida,
- Mesmo junto à dos Carrascos,
- Onde a simpatia era desaire,
- E os desacatos enchiam o rol.
- A origem do nome Carrascos,
- Vinha dos que mataram Jesus,
- Maus que o puseram de rastos,
- E o pregaram no alto da cruz.
- Essa rivalidades entre vizinhos,
- Metia pavor a todos os miúdos,
- Que não passavam lá sozinhos,
- Com medo dos homens graúdos.
- Cada aldeia tinha a sua escola,
- Mas com o governo de Salazar,
- Mudou tudo com a nova bitola,
- As escolas tiveram que se juntar.
- Foi construído um novo edifício,
- Para ensino comum nas aldeias,
- Houve por lá umas acções feias,
- O mestre roeu os ossos do ofício.
- Essas rixas depressa tiveram fim,
- E os miúdos tornaram-se amigos,
- Acabaram os desencontros antigos,
- Que eram de querela muito ruim.
- Depois deixei a aldeia encantada,
- Para ir estudar numa bela cidade,
- Por lá vivi boa parte da mocidade,
- Aprendendo muito nessa jornada.
- Torres Novas, 12/04/2016
RECORDAÇÕES DO PASSADO
- Relicário dos Prazeres
- Autor: Manuel Mar.
- Recordações do Passado!
- Nasci numa aldeia perdida,
- Entre pedreiras e penhascos,
- De onde se via a Serra d’Aire,
- Bem antes do renascer do Sol.
- A aldeia era bem escondida,
- Mesmo junto à dos Carrascos,
- Onde a simpatia era desaire,
- E os desacatos enchiam o rol.
- A origem do nome Carrascos,
- Vinha dos que mataram Jesus,
- Maus que o puseram de rastos,
- E o pregaram no alto da cruz.
- Essa rivalidades entre vizinhos,
- Metia pavor a todos os miúdos,
- Que não passavam lá sozinhos,
- Com medo dos homens graúdos.
- Cada aldeia tinha a sua escola,
- Mas com o governo de Salazar,
- Mudou tudo com a nova bitola,
- As escolas tiveram que se juntar.
- Foi construído um novo edifício,
- Para ensino comum nas aldeias,
- Houve por lá umas acções feias,
- O mestre roeu os ossos do ofício.
- Essas rixas depressa tiveram fim,
- E os miúdos tornaram-se amigos,
- Acabaram os desencontros antigos,
- Que eram de querela muito ruim.
- Depois deixei a aldeia encantada,
- Para ir estudar numa bela cidade,
- Por lá vivi boa parte da mocidade,
- Aprendendo muito nessa jornada.
- Torres Novas, 12/04/2016
MULHERES ENFEITIÇADAS
- Relicário dos Prazeres
- Autor: Manuel Mar.
- Mulheres Enfeitiçadas!
- A cair das noites de lua nova,
- Há mulheres cheias de feitiço,
- Que com um sedutor enguiço,
- Dão-se ao prazer como prova.
- Com os sábios poderes ocultos,
- Tornam-se mágicas e felinas,
- Seduzem as almas masculinas,
- Aos seus deslumbrantes vultos.
- Os seus corpos são ondulantes,
- E enrolam-se plenas de amor,
- Em noites de paixão e prazer.
- Passados os deliciosos instantes,
- Elas despertam como linda flor,
- Brilhando à luz do sol a nascer.
- Torres Novas, 12/04/2016
A ALMA PORTUGUESA
- RELICÁRIO DOS PRAZERES
- Autor: Manuel Mar.
- A Alma Portuguesa!
- Portugal é um rincão sagrado,
- Conquistado por gente valente,
- Que fez uma nação imponente,
- Onde se vive com fraternidade,
- Lutando pela paz e igualdade,
- Gente de fé, com amor e crente,
- Orgulhosa do glorioso passado.
- Portugal nasceu nobre e cristão,
- Expandiu a fé pelo seu império,
- Fez-se um país honrado e sério,
- Alargou as fronteiras no mundo,
- Converteu à fé o gentio pagão,
- Fez o escravo um ser seu irmão,
- Tudo pelo bem e amor à Nação.
- Ser português é ter alma nobre,
- Que vale mais do que a riqueza,
- E sabe que vive num país pobre,
- Onde muita pobreza se encobre,
- Cantando o fado à desgarrada,
- Finge que é rico e sem ter nada,
- Mas tem alma bem portuguesa.
- Torres Novas, 12/04/2016
A ALMA PORTUGUESA
- RELICÁRIO DOS PRAZERES
- Autor: Manuel Mar.
- A Alma Portuguesa!
- Portugal é um rincão sagrado,
- Conquistado por gente valente,
- Que fez uma nação imponente,
- Onde se vive com fraternidade,
- Lutando pela paz e igualdade,
- Gente de fé, com amor e crente,
- Orgulhosa do glorioso passado.
- Portugal nasceu nobre e cristão,
- Expandiu a fé pelo seu império,
- Fez-se um país honrado e sério,
- Alargou as fronteiras no mundo,
- Converteu à fé o gentio pagão,
- Fez o escravo um ser seu irmão,
- Tudo pelo bem e amor à Nação.
- Ser português é ter alma nobre,
- Que vale mais do que a riqueza,
- E sabe que vive num país pobre,
- Onde muita pobreza se encobre,
- Cantando o fado à desgarrada,
- Finge que é rico e sem ter nada,
- Mas tem alma bem portuguesa.
- Torres Novas, 12/04/2016
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