domingo, 24 de julho de 2016

A POLÍTICA























Cândido Rosa “Poesia”

A POLÍTICA

A presunção de falar sem nada dizer
Vê-se a toda hora nos meios políticos
E quando eles falam com seus críticos
A sua retórica é difícil de se perceber!

Usando a retórica mais maquiavèlica
Falam muito, mas de concreto é nada
Empregam a cantilena bem estudada
Até já parecem uma seita evangélica!

Há quem diga que decoram a cassete
E falam como uma "madame coquette"
Mas sempre a dizer o mesmo e repetir!

No fundo servem para tudo empatar
E só querem ver o seu tempo a passar
Alguns só passam por lá para dormir!

Cândido Rosa
® Direitos reservados
25/07/2012
Foto: Net

O DESESPERO NA VIDA































Manuel Mar. ”Poesia”

O DESESPERO NA VIDA

Hoje o ser humano sofre demais
Perante dificuldades e dilemas
Vive preso mesmo sem algemas
O que origina desesperos fatais.

A falta de emprego e de saúde
Causam o desespero às pessoas
As condições hoje não são boas
A vida corre mal e muito ilude!

Grassam problemas tão sérios
Causados por falta de critérios
Dos Governos da pobre Nação!

Falam demais e fazem pouco
Ainda vai aparecer um louco
A fazer uma outra revolução!

Manuel Mar.
Torres Novas, 24/07/2016

Foto: Net

OS MEUS OLHOS




































Manuel Mar.”Poesia”

OS MEUS OLHOS

Os meus olhos hoje mostram
A alegria que sinto em mim
E nem sempre os sinto assim
Dos dias tristes se desgostam!

São dias cheios de felicidade
O fruto dessa sentida alegria
Que a minha alma contagia
Sempre com tanta facilidade!

Meus olhos são um reflector
Quer da alegria quer da dor
E com uma total fidelidade!

Os meus olhos não mentem
E são eles que tudo sentem
Mas com uma fiel lealdade!

Manuel Mar.
Torres Novas, 24/07/2016

Foto: Net

O REFÚGIO AMALDIÇOADO

























Manuel Mar. “Poesia”

O REFÚGIO AMALDIÇOADO

Quando era menino brincava às casinhas
E já fazia delas o meu castelo de refúgio
Brincava com as coisas que eram minhas
Mas aprendendo com as lindas avezinhas
A maneira de construir o meu subterfúgio.

E fiquei com essa ideia metida na cabeça
Durante os bons anos da minha mocidade
Mas, e por muito estranho que isso pareça
Eu comecei a construir um refúgio à pressa
Quase ao centro duma minha propriedade.

Eu aspirava viver no meio daquele monte
Lá nos arrabaldes dessa linda Serra d’Aire
Tinha lá boa água como a da melhor fonte
Desfrutava do mais maravilhoso horizonte
Mas acabei por sofrer lá o grande desaire.

Furtaram-me tudo quanto eu lá detinha
E, até portas e os portões, tudo limparam
Queixei-me à polícia da má sorte minha
Contei tudo como quem reza a ladainha
E para o Tribunal, queixa eles mandaram.

Meses depois chamaram-me ao Tribunal,
Só para dizerem que nada foi encontrado
O que já é conhecido e de forma habitual
Que muitos roubam no já velho Portugal
E qualquer dia ainda nos roubam o fado.

Manuel Mar.
®
Torres Novas,24/07/2016

 Foto: Refúgio

AS ALMAS PENADAS



























Manuel Mar. ”Poesia”

AS ALMAS PENADAS

São as que vagueiam pelo infinito
Depois de darem seu corpo à terra
O mistério que seu destino encerra
Remanesce na escuridão como mito!

Não foram julgadas e condenadas
E andam descarnadas sem destino
Lá só encontraram portas fechadas
Mas vão rumando como peregrino!

Aí permanecerão até ao Juízo Final
O que acontece a todo o ser mortal
Como os profetas sempre disseram!

Os condenados seguirão ao inferno
E os benditos alcançarão céu eterno
Os astros celestes por fim acabarão!
  
Manuel Mar.
Torres Novas, 17/05/2016

Foto: Net

sábado, 23 de julho de 2016

A NOVA HERANÇA

































Manuel Mar.”Poesia”

A NOVA HERANÇA

Deram-nos de Abril o cravo
Já despido da nossa história
E só nos restou na memória
Que o soldado estava bravo!

O povo que perdeu o medo
Começou logo na mudança
E a pular nasce nova dança
Mas o que faz é seu segredo!

Herdámos o país moribundo
Que de dono de meio mundo
Estava agora todo arruinado!

Os golpistas sem ter ideologia
Mostravam mais a sua utopia
E  Portugal ficou condenado!
  
Manuel Mar.
Torres Novas, 24/07/2016

Foto: Net

OS ENCANTOS DA VIDA





























Manuel Mar. “Poesia”

OS ENCANTOS DA VIDA

Há três encantos na vida
Porque seja lá quem for
Além de vida comprida
Mas pode crer se duvida
É a Paz; A Saúde e Amor!

A vida tem mais encantos
E são gerados por este trio
Belezas em todos os cantos
Como a virtude dos Santos
E as gentes com muito brio.

Mas sofremos desencantos
A guerra, a doença e ódio
Tornam a vida em prantos
E causam a morte a tantos
O Mundo é o pandemónio!

E nesta efémera passagem
O que vale é ter esperança
Porque a paz já é miragem
A guerra mostra a imagem
Deste Mundo só de matança.

Mas nós queremos acreditar
Que só a paz terá de vencer
E, toda a guerra irá acabar
E fraternidade há-de voltar
O Mundo melhor terá de ser!

Manuel Mar.
®
Torres Novas,23/07/2016

 Foto: Net

O AMOR TOTAL





























Manuel Mar. ”Poesia”

O AMOR TOTAL

Amor total é a paixão exacerbada
De quem tudo faz só para ser feliz
No seu ideal só impera essa matriz
Do querer ter tudo ou não ter nada!

Mas viver com esse arriscado ideal
Que não depende da sua vontade
Pode usurpar à face da igualdade
O que no amor é a ideia principal!

Porque o amor total é só um mito
E em alguns casos fere com delito
A quem jurou amar totalmente!

Se no casal o amor deve ser total
Deve viver e de forma universal
E manter a relação cordialmente.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 23/07/2016

Foto: Net

A ESSÊNCIA DO AMOR

























Manuel Mar. ”Poesia”

A ESSÊNCIA DO AMOR

A essência do amor é o puro desejo
De querer possuir o corpo e a alma
Com imensa segurança, mas calma
A quem se quer amar e dar o beijo!

O amor habita em qualquer cabeça
Mas agita de forma geral o coração
E que cresce e se transforma paixão
Que vence tudo e às vezes tropeça!

A força do amor é tão extravagante
Que é meiga e fiel a todo o instante
Mas se perde se transforma em ódio!

Se, neste mundo, reinasse só o amor?
A nossa situação seria muito melhor
Sem se sofrer do actual pandemónio!

Manuel Mar.
Torres Novas, 23/07/2016

Foto: Net

quinta-feira, 21 de julho de 2016

A ESTRELA POLAR









































Relicário de Poesia

A ESTRELA POLAR


A estrelinha do norte,
Tem lugar destacado,
Não é estrela da sorte,
Mas é ponto marcado.

Quem não tem o norte,
Para se poder orientar,
Olhe lá a Estrela Polar,
É o ponto da sua sorte.

Quem for desorientado,
Nem precisa de ir rezar,
O norte lá está marcado,
Para a gente se orientar.

Se acaso perder o norte,
Nunca perca essa estrela,
Não é a estrela da sorte,
Mas é sorte poder vê-la.

Para de dia se orientar,
O Sol é o ponto Nascente,
Mas quando ele se deitar,
Dorme no ponto Poente.

Se vir o Sol ao seu nascer,
O Norte à esquerda está,
Sobe dá o Sul, já a descer,
Ao Poente já luz não dá.

Manuel Mar.
®
Torres Novas,21/07/2016
Foto: Net

SABEDORIA DO POVO
















Relicário de Poesia

SABEDORIA DO POVO

Na vida nem tudo é mau,
O desporto é um desafio,
Quando partes o degrau,
Dá-te sempre um arrepio.

Homem morto é defunto,
Tudo parte no ponto fraco,
Quando não sei pergunto,
Homem já foi um macaco?

Nem tudo é sempre bom,
O fado é sempre destino,
Tocado mas fora do tom,
Soará mal qualquer hino.

Mulher bela é a preferida,
Mulher feia ninguém quer,
A vida fica comprometida,
Se escolhes uma qualquer.

Se não gostas o que tens,
Só tens de mudar de vida,
Mas se deres os teus bens,
Acabas com a vida perdida.

Dizem do pior do Satanás,
Sem fazer mal a ninguém.
Já disso ninguém é capaz,
Sobre o Governo que tem.

Manuel Mar.
®
Torres Novas,21/07/2016

Foto: Net

A FORTUNA





























Relicário de Poesia

FORTUNA

A minha fortuna foi ter nascido,
São, sadio e com discernimento,
Mas neste mundo de tormento,
Há quem se sinta arrependido.

Fiz um avultado investimento,
Para manter a minha fortuna,
Foi numa época bem oportuna,
Em que usei todo o meu talento.

Não fiz mais porque não sabia,
Mas arrisquei quanto eu podia,
E só vivia como tinha desejado.

Quando não me restou a saúde,
Meti-me dentro do meu ataúde,
E já sem a fortuna fui sepultado.

Manuel Mar.
®
Torres Novas,21/07/2016
Foto: Net

A DANÇA À GREGA




























Relicário de Poesia

A DANÇA À GREGA
Num país de imensas tradições,
E com a democracia na sua raiz,
Tem vida cheia de contradições,
O povo tem até muitas aflições,
E nunca consegue viver ali feliz.

Mas há muitos anos já se sabia,
Que a democracia é coisa rara,
A candeia a que ela se alumia,
Nasceu de uma grande utopia,
E além de muito lenta é cara.

Era bonita se não tivesse custo,
Mas já se viu que é uma utopia,
Que o povo apanha muito susto,
E ninguém recebe o que é justo,
Gasta-se tudo com democracia.

O pior de tudo é uma miragem,
De todos fazerem vida de ricos,
O povo seduzido nessa imagem,
Vive a vida com pouca coragem,
E passa a vida a tapar os bicos.

E quando se gasta o que não há,
Devia haver muito mais cuidado,
A vida nunca deixará de ser má,
Viver do crédito sempre foi e será,
Um custo de vida mais agravado.

A democracia fez-se dona de tudo,
Mas gasta de mais e tem de pedir,
O governo faz da vida o entrudo,
E toda a raia que é o povo miúdo,
Perde tudo com sorte se não falir.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 3/07/2016


Foto: Net

DECLARAÇÃO DE AMOR







































Relicário de Poesia

DECLARAÇÃO DE AMOR

Quando o amor se declara,
Às vezes é difícil saber falar,
Deve olhar de forma clara,
E sem nunca se atrapalhar.

Não saber dizer o que sente,
Torna-se muito difícil falar,
E se quer parecer eloquente,
Acabar por ter que se calar.

Se ela entendesse o seu olhar,
Saberia o que ele queria dizer,
E nem seria preciso ele falar,
Ela adivinharia o seu querer.

Se o rapaz é envergonhado,
Pode até parecer que mente,
Mas nunca deve ficar calado,
Basta dizer aquilo que sente.

Mas quem sente muito fala,
Para dizer tudo o que quer,
Tem que ter só muita calma,
Para agradar a essa mulher.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 2/07/1962
Foto: Net

quarta-feira, 20 de julho de 2016

AS PAIXÕES DE INFÂNCIA































Manuel Mar. “Poesia”

AS PAIXÕES DA INFÂNCIA

Na infância as minhas paixões,
Eram iguais às de toda a malta,
Mas ao deixar o jogo dos piões
Eu comecei a tocar aos serões,
O realejo, a viola mais a flauta.

Depois de saber algumas modas,
Voltei-me para o canto e dança,
E para tudo o que tivesse rodas,
Para caçar arranjei as pistolas,
Mas joguei futebol com pujança.

Foi a dança a minha real paixão,
Eu mais dez quilómetros andava,
A pé, só para ir dançar o malhão,
Depois vieram as danças de salão,
Começava a dançar e não parava.

Depois fiz interregno para casar,
E tive uma paixão extravagante,
Que iria uma dúzia de anos durar,
Após o divorcio lá voltei a dançar,
Mas esse tempo já é tão distante.

Manuel Mar.
®
Torres Novas,20/07/2016

 Foto: Net

O DIA DO AMIGO (A)






























Manuel Mar. ”Poesia”

O DIA DO AMIGO (A)

Amigo, sem ti não era tão feliz!
Muito grato pela tua amizade!
Ela é o maior bem na verdade,
Mas foi a sorte que assim o quis.

Sem amigos a vida é incompleta!
Obrigado por tu me completares!
Os amigos são bens tão salutares.
Que só a saudade tanto os afecta.

Namoradas (os) hoje vão e vêm.
Muitos desconfiam do quem têm.
Só os amigos para sempre ficam.

O amor dos amigos é mais puro,
Por ser sempre tão leal e seguro,
E com reciprocidade se dedicam.

Manuel Mar.
Torres Novas, 20/07/2016

Foto: Net

ALDEIA DOS SOUDOS





























Manuel Mar. “Poesia”

ALDEIA DOS SOUDOS

Essa bela aldeia onde nasci,
E foi para mim importante,
Foi a terra onde eu lá cresci,
Foi nela que muito aprendi,
E dela estou agora distante.

Lá me senti como no paraíso,
No centro de grande família,
Que tinha o que era preciso,
Era gente com grande juízo,
Mas trabalhava noite e dia.

Viviam do amanho da terra,
Trabalhando-a de Sol a Sol,
Decorria a Segunda Guerra,
Era nos arrabaldes da Serra,
Onde não faltou o pão mole.

Era tempo do racionamento,
Haviam grandes dificuldades,
Mas criávamos bom alimento,
Que dava para nosso sustento,
E se vendia nas Vilas e Cidades.

Tinha já os sete anos de idade,
E lá ia de burro aos mercados,
Vender só o que era novidade,
Mas eram frutos de qualidade,
Que eram bem apresentados.

Mas eu ia bem acompanhado,
Era pelo meu pai geralmente,
Ele ia lá na bicicleta montado,
Pagar a entrada no mercado,
E vendia-se quase de repente.

Manuel Mar.
®
Torres Novas,20/07/2016
 Foto: A casa onde nasci