Relicário de Poesia
Autor: Manuel Mar.
Os Amigos da Onça!
Esses que só se mostram
como bons,
Fazendo parecer que são
superiores,
Mas afinal só tem os
refinados dons,
A ajudar a comer os nossos
bombons,
E pelas costas dizem as
coisas piores.
Nunca é fácil afastar
esses traidores,
Que sabem fingir que
gostam de nós,
Só para nos pedirem
muitos favores,
Sempre com ar de grandes
doutores,
E como os farsantes usam
meiga voz.
Essa cambada de gente
oportunista,
Sabe actuar com muitos
expedientes,
Tem habilidade como bom
vigarista,
Mas de tal modo que nada
se arrisca,
Leva à melhor qualquer
imprudente.
Muitas vezes são
bizarras as traições,
Com a sua arte de o
amigo enganar,
E escolhem sempre as
boas ocasiões,
Que ninguém tenha nada
de ilusões,
São capazes de a mulher nos
roubar.
Toda essa classe de tão
pérfida gente,
Não tem remorsos do mal
que nos faz,
E actuam sempre tão
manhosamente,
Tem a alma de um diabo
certamente,
Essa gente maldosa de
tudo é capaz.
Torres Novas, 13/05/2016
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