Relicário de Manuel Mar.
Debaixo do Peso da Vida!
O peso da vida me fere e
esmaga,
Até meu canto se tornou
ausente,
O tempo passado já não
me afaga,
Trago a alma presa, tão
indolente,
Que até o gosto de viver
se acaba.
Por isso imploro, e
devoto crente
Rezando a Deus já com
lágrimas,
Me dê um resto de vida
decente,
Para o alívio de minhas
mágoas,
Do meu passado tão
displicente.
Sinto bem a alma
inconformada,
Do amor que me fechou a
porta,
Tenho ainda a ferida mal
sarada,
Mas essa paixão está bem
morta,
Porque foi toda tão
espezinhada.
Mas em vez da voz o
silêncio corta
A minha alma já toda
confrangida,
Em pedaços de vida quase
morta,
Como que a fazer uma
despedida,
Desta vida que às vezes
foi torta.
A nossa vida tem cunho
da gente,
Não importa nada do que
passou,
Sonho derretido e pouco
fulgente,
E só me importa, porque
cá estou.
Quero e até ao fim ser
inteligente.
Manuel
Mar.
®
Torres Novas,18/06/2016
Foto: MF
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