quinta-feira, 30 de junho de 2016

O FARSANTE









































CÂNDIDO ROSA “POESIA”

O FARSANTE

De chapéu e todo bem aperaltado,
Desce à rua para ir ganhar a vida,
Entra na tasca sempre humorado,
Mas vai pregar mais uma partida,
A qualquer um pobre desgraçado.


Encostado ao balcão, fica à espera.
Lá chega mais um e mete conversa,
Faz que o conhece já de outra era,
E mostrando que dele se interessa,
Com as artimanhas da melhor fera.

A vítima ao sentir-se bem tratada,
Pede para ambos comida e bebida.
O farsante com manha preparada,
Come e bebe à custa dele e à saída,
Ainda pede uma nota emprestada.

Há gente assim a viver disfarçada,
Que com mais lata que o ministro,
Vive nos outros muito pendurada,
O que ainda é grave e até sinistro,
É terem uma vida bem governada.

CÂNDIDO ROSA
®
30/06/2016
Foto: Net







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