segunda-feira, 18 de julho de 2016

QUIMERA E ILUSÃO

































Manuel Mar. “Poesia”

QUIMERA E ILUSÃO

A minha boca disse-te verdades imerecidas,
E palavras meigas ditas só para te acalmar,
As saudades dos bons tempos já esquecidas,
Das horas de carinho por ambos já vividas,
E que sem lamento estou agora a lembrar.

Dei-te carinhos sem ter os teus sentimentos,
Mas os teus sorrisos já eram fingidos demais,
Suportei a tua indiferença nesses momentos,
Que embora fossem já para mim tormentos,
Esperava voltar a ouvir no amor os teus ais.

O teu amor comigo era só como a despachar,
A tua indiferença tornou-se uma realidade,
Eu sentia que de mim tu te estavas a afastar,
Mas sem querer isso não quis nem acreditar,
E na verdade tu me falavas só com falsidade.

Estudas-te tudo para de mim tu te afastares,
Partiste, e para casa da tua mãe foste viver,
Eu concordei e a casa lá comprei para usares,
Depois falaste da ideia louca de me matares,
Ameaças-te me, fiquei sem saber o que fazer.

Quando depois no fim-de-semana a fui ver,
Sem ela e os dois filhos, a casa estava vazia,
Mas deixou lá uma última carta para eu ler,
Que li banhado em lágrimas e fiquei a saber:
Não queria viver mais comigo, assim o dizia.

Manuel Mar.
®
Torres Novas,1/07/1974

 Foto: Net

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