Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.
SAUDADES IRREVOGÁVAIS!
A vida simples da minha
aldeia,
Era bela e boa para a
juventude,
Nem sempre havia o
pé-de-meia,
Ceava-se à terna luz da
candeia,
Mas a gente era boa e de
virtude.
A minha avó era o meu encanto,
E eu ao seu colo sempre andava,
Vivia-se lá num ambiente
santo,
E protegido pelo seu bom
manto,
Ao seu lado a dormir me
deitava.
Mas quando entrei para a
escola,
Minha avó já era muito
velhinha,
Minha mãe deu-me nova
sacola,
Onde levava os livros e
a pistola,
Como tudo o mais que eu
tinha.
A professora era a minha
prima,
Que me ensinava e com
carinho,
Aprendi a ler os versos
com rima,
E às pessoas ter só amor
e estima,
Ajudando todos no seu
caminho.
O ser humano aspira a felicidade,
Que assegura com sua esperança,
Passo a passo desde a
mocidade,
Luta pela paz e pela
fraternidade
Num mundo sempre de
mudança.
Enfrentando os perigos e
traições,
O mundo cheio de
desigualdades,
De terrores e as suas contradições,
Vivem sofrendo grandes multidões,
Vítimas inocentes das
crueldades.
Torres Novas,29/03/2016