quinta-feira, 14 de julho de 2016

A LENDA DAS SEREIAS DA NAU DOS CORVOS



























Os Contos de Manfer

LENDA DAS SEREIAS DA NAU DOS CORVOS

Conta uma antiga lenda, que no penedo chamado “A Nau dos Corvos” no Cabo Carvoeiro, Peniche, havia uma gruta muito profunda onde habitavam as sereias do mar e que quando os pescadores por lá passavam se as sereias estivessem a cantar eles eram atraídos pelo seu belo canto.
Então cada vez que lá passava um barco ir pescar no mar nunca regressava e, diz a lenda, que eram as sereias que existiam naquela zona do mar, que cada vez que os pescadores por ali passavam nos barcos elas punham-se logo a mostrar-se como mulheres mas sem mostrarem a parte de baixo que era mesmo um rabo de peixe.
Pareciam lindas mulheres de cabelos compridos e eram como autênticas mulheres da cintura para cima. Com aqueles longos cabelos, lindos olhos, e então punham-se assim a acenar aos pescadores. Os pescadores ficavam todos encantados com as sereias que cantavam em coro um canto muito lindo de encantar, que se ouvia muito bem ao longe e atraia os pescadores que levavam o barco para as verem de mais perto e elas logo iam ao seu encontro.
Mas o mar ficava cheio de sereias o que provocava naquela zona um grande remoinho e os barcos quando lá caíam, elas saltavam todas para dentro dos barcos e eram todos engolidos pelo mar, já que não podiam com tanta sereia e todos naufragavam e as sereias levavam os pescadores com elas para o fundo do mar, porque os pescadores tinham ficado parvos, atraídos pela beleza daquelas mulheres sem saberem que elas não eram mulheres mas sim as traiçoeiras sereias do mar.
A sorte de muitos pescadores era que eles para não ouvirem o canto encantado das sereias, quando passavam por perto, punham tampões nos ouvidos, e como aquele canto não ouviam ficavam livres do encanto e iam pescar no mar junto às Berlengas e, regressavam sempre a casa carregados com a boa pescaria.
E assim ficam a saber a lenda das sereias da nau dos corvos que sempre ali sugaram homens para o fundo do mar, nesse perigoso e maldito Cabo Carvoeiro.
Manfer
®
Torres Novas, 31/05/2015

Foto: Net

A MULHER DO EMIGRANTE






































Os Contos de Manfer

A Mulher do Emigrante!

Nos anos difíceis do Governo de Salazar, o José partiu clandestino para França para arranjar uma melhor situação de vida e, deixou a sua mulher em Portugal na esperança de mais tarde se ir juntar com ele.
Foi no pino do Verão e desde então nunca mais ninguém o viu, não voltou e a Maria ficou muito desesperada, e à sua espera muito chorava.
Um dia muito cheia de desgosto deitou-se à sombra de uma nespereira sempre a pensar na sorte do marido e acabou por ficar cansada e começou a dormir e sonhar que o seu José um dia acabaria por a vir buscar.
E assim se passaram dias e meses e do José ninguém sabia nada e já se julgava que lhe tivesse acontecido o pior por lá.
Mas… um dia alguém lhe disse que tinha notícias de que o José tinha sido visto, em  Nancy na companhia de uma bela francesa.
A Maria ia desmaiando com tal notícia que a fazia desanimar e ainda mais sofrer com vontade de morrer ao sentir o coração destroçado e com as suas ilusões todas perdidas.
Ela tanto amava o seu José e agora ficava desiludida dele e sem esperança.
A Maria tão revoltada com a sua sorte a toda a hora cismava perdida mas continuava com uma pequena esperança do seu amor a vir buscar.
Mas num feliz dia regressou a sua alegria ao ver o seu querido José chegar depois de tantas mágoas passadas.
Foi o dia mais feliz da Maria porque afinal o seu amor ficara preso na fronteira durante muito tempo.
Ela se abraçou loucamente ao seu marido gozando a imensa felicidade de ele voltar bem.

E afinal a história que lhe contaram era falsa mas que a fez sofrer e por sorte conservou a vida porque chegou a ter o desejo de morrer.

Assim, acabou a sua triste sina e voltaram os dias felizes e depois de algum tempo seguiram os dois para França, onde gozaram o seu grande amor e foram muito felizes.

Manfer
®
Torres Novas, 21/06/2006
Foto: Net

A MULHER DO EMIGRANTE






































Manuel Mar - Contos 

A Mulher do Emigrante!

Nos anos difíceis do Governo de Salazar, o José partiu clandestino para França para arranjar uma melhor situação de vida e, deixou a sua mulher em Portugal na esperança de mais tarde se ir juntar com ele.
Foi no pino do Verão e desde então nunca mais ninguém o viu, não voltou e a Maria ficou muito desesperada, e à sua espera muito chorava.
Um dia muito cheia de desgosto deitou-se à sombra de uma nespereira sempre a pensar na sorte do marido e acabou por ficar cansada e começou a dormir e sonhar que o seu José um dia acabaria por a vir buscar.
E assim se passaram dias e meses e do José ninguém sabia nada e já se julgava que lhe tivesse acontecido o pior por lá.
Mas… um dia alguém lhe disse que tinha notícias de que o José tinha sido visto, em  Nancy na companhia de uma bela francesa.
A Maria ia desmaiando com tal notícia que a fazia desanimar e ainda mais sofrer com vontade de morrer ao sentir o coração destroçado e com as suas ilusões todas perdidas.
Ela tanto amava o seu José e agora ficava desiludida dele e sem esperança.
A Maria tão revoltada com a sua sorte a toda a hora cismava perdida mas continuava com uma pequena esperança do seu amor a vir buscar.
Mas num feliz dia regressou a sua alegria ao ver o seu querido José chegar depois de tantas mágoas passadas.
Foi o dia mais feliz da Maria porque afinal o seu amor ficara preso na fronteira durante muito tempo.
Ela se abraçou loucamente ao seu marido gozando a imensa felicidade de ele voltar bem.

E afinal a história que lhe contaram era falsa mas que a fez sofrer e por sorte conservou a vida porque chegou a ter o desejo de morrer.

Assim, acabou a sua triste sina e voltaram os dias felizes e depois de algum tempo seguiram os dois para França, onde gozaram o seu grande amor e foram muito felizes.

Manuel Mar
®
Torres Novas, 21/06/2006
Foto: Net

A HISTÓRIA DAS COMADRES




















Os Contos de Manfer

AS COMADRES

A minha avó Dona Francisca Rosa, como naquele tempo não havia electricidade na sua aldeia de gente pobre, não havia nem rádio nem televisão, ela tinha apenas uma grafonola muito antiga, daquelas de dar à manivela.
Assim, o serão era quase sempre preenchido com as histórias, os contos e as lendas da aldeia de Vila Nova, contadas pela minha avó.
A história das comadres foi uma das que muito contadas ainda me lembro e vou contar: Havia lá próximo duas famílias abastadas mas o resto da aldeia eram casebres onde moravam os trabalhadores, mas eram todos muito pobres e só tinham a riqueza de uma rusga de filhos. Até dos casebres pagavam uma renda quase sempre por troca de uns dias de trabalho todos os meses. Toda a gente trabalhava de sol a sol.
Estas comadres eram muito amigas mas tinham vidas bem diferentes: uma delas era viúva, tinha dois filhos pequenos e pertencia á classe dos mais pobres, mas era muito alegre e da sua casa ouviam-se os risos e cantares das crianças.
 A outra comadre era muito rica, tinha marido, filhos e muitas riquezas, mas na sua casa apalaçada, não havia alegria nem cantos nem rizos. Viviam cheios de arrelias e pressas com medo que chovesse e as colheitas se estragassem, ou não houvesse tempo para tratar de todos os seus campos, ou fossem ter prejuízos com a venda dos animais, etc., não tinham tempo para mais nada.
 A Comadre Rica cozia o pão, e quem peneirava a farinha e amassava o pão era a Comadre Pobre, que era paga com uma gamela do rolão da farinha que tinha amassado.
Um dia a Comadre Rica pensou em não pagar o trabalho da comadre pobre e então, depois do pão estar amassado, a Comadre Rica disse para a Pobre: - Olhe Comadre, tenha paciência! Mas hoje não lhe posso dar o rolão que me faz falta para engordar os animais que quero levar á feira!
- Não faz mal nenhum e me hei-de governar! Disse-lhe a  Comadre Pobre.
Como os filhos estavam cheios de fome e não tendo outro sustento senão a galinha velha que estava guardada para um caso de doença, resolveu fazer com ela uma canjinha. Como isso era comida de dia de festa muito especial, foi convidar Nosso Senhor à Igreja da freguesia.
Nosso senhor respondeu-lhe: - Vai andando que já lá vou ter depois de tirar os paramentos. E a Mulher foi. Os filhos impacientes queriam comer, mas a Mãe aguardava a chegada de Nosso Senhor.
Entretanto bateu um pobre à porta do casebre, e a comadre dá-lhe um prato de canja.
Nosso Senhor tardava a chegar e os filhos da Mulher que já estavam com muita fome pediam para lhes dar o comer ao que ela respondia: só quando vier Nosso Senhor!
Então outro pobre bate à porta do casebre e disse que tinha fome! Mais outro pobrezinho! A Comadre dá-lhe outro pratinho de canja.
 Então outro pobre bate à porta e disse que tinha fome! Mais outro pobrezinho! A Comadre dá-lhe também um bom pratinho de canja.
Os seus filhos cheios de impaciência e á espera…
-Mas o que é isto? Os pobrezinhos nunca aqui vêm! Exclamava a Comadre admirada!
 Como a demora fosse muita, volta á Igreja e diz a Nosso Senhor se pode vir porque as crianças tem fome
 -Eu Já lá fui! Estive como Pai, como Filho, e como Espirito Santo! Volta para a tua casa que nada te vai faltar!
Quando ela chegou ao casebre tudo se tinha transformado numa casa muito grande e cheias das maiores riquezas.

 A Comadre Rica soube do acontecimento e ficou com tanta raiva e ódio que nesse dia quem pagou foram os filhos e os pobres animais, tanta pancada lamberam. Mas querendo saber como tudo se passou foi fazer uma visita á Comadre, que lhe explicou tudo!
-Ai sim?! Pois eu vou fazer um grande banquete!
Mandou matar patos, galinhas e perus e cozinhar grandes pratos, e foi convidar Nosso Senhor!
 -Já lá vou ter! Disse Nosso Senhor!
As crianças já queriam comer, mas a Comadre não lhes deu nada e fê-los esperar.
 Bateram á porta por três vezes, três pobrezinhos, mas foram corridos á vassourada!
-Não queriam mais nada! Cheirou-vos! Respondeu ela ao pedido dos pobres!
Como estava farta de esperar, lá foi á Igreja falar novamente com Nosso Senhor, não fosse alguma coisa correr mal e Ele lhe respondeu:
-Já lá fui! Como Pai, como Filho, como Espírito Santo!
E tu nada me deste! Vai para a tua casa e daqui para o futuro ficarás pobre!
Quando chegou a casa, a Comadre Rica já nada tinha, pois tudo tinha desaparecido.
Algum tempo depois na aldeia toda a gente dizia que quem socorreu a Comadre Rica foi a grande caridade da Comadre Pobre.

Manfer
®
Torres Novas, 20/05/2015

Foto: Net

quarta-feira, 13 de julho de 2016

AMOR RECUSADO








































Manuel Mar. ”Poesia”

AMOR RECUSADO

Ao recusares o amor que te supliquei,
Tu não tiveste um pouco de piedade,
Mas usas-te comigo muita crueldade,
Matando o amor que contigo sonhei.

Eu não me quero arrastar a teus pés,
Mas confesso que me sinto derrotado,
Por não conseguir ser feliz a teu lado,
E me sentir perdido em revoltas marés.

Tinha pedido a Deus a tua compaixão,
Mas tu não tiveste dó do meu coração,
Com o teu não tanta tristeza me deste.

Sinto-me um condenado mas inocente,
Que te deseja boa sorte, sinceramente,
E que nunca lamentes o que recusaste.

Manuel Mar.
Torres Novas, 13/07/2016

Foto: Net

AMOR RECUSADO








































Manuel Mar. ”Poesia”

AMOR RECUSADO

Ao recusares o amor que te supliquei,
Tu não tiveste um pouco de piedade,
Mas usas-te comigo muita crueldade,
Matando o amor que contigo sonhei.

Eu não me quero arrastar a teus pés,
Mas confesso que me sinto derrotado,
Por não conseguir ser feliz a teu lado,
E me sentir perdido em revoltas marés.

Tinha pedido a Deus a tua compaixão,
Mas tu não tiveste dó do meu coração,
Com o teu não tanta tristeza me deste.

Sinto-me um condenado mas inocente,
Que te deseja boa sorte, sinceramente,
E que nunca lamentes o que recusaste.

Manuel Mar.
Torres Novas, 13/07/2016

Foto: Net

A FADA DO VINHO



























Os Contos de Manfer

A FADA DO VINHO

A minha avó, Dona Francisca Rosa, era já bem velhinha e viúva, e viva na aldeia com a sua filha Matilde, que era minha madrinha e eu vivi com elas até à idade de ir à escola.
Os meus pais viviam numa casa ao lado mas devido aos trabalhos do campo, que eram naquele tempo de sol a sol, era quase sempre a minha avó que tomava conta de mim.
Nesse tempo não havia nada em comparação com os dias de hoje, e então ao serão era sempre e minha avó que me contava muitos contos, lendas e histórias que ela já tinha ouvido quando era pequena e que ainda se lembrava tão bem que, por vezes me parecia que estava a ver o que ela dizia.
Uma dessas lendas de que ainda me lembro era a de uma fada daquelas que fazem os feitiços, e que se zangou com o homem dela por causa do vinho. Antigamente os homens de trabalho do campo bebiam muito vinho e água-ardente e nunca lhes fazia mal e até lhe dava mais força para trabalhar de sol a sol porque, nesse tempo, a noite era quase toda para dormir e não havia as bebedeiras que há hoje.
Então o que é que a fada fez? Fez um feitiço pelo qual o homem que aguenta pouco vinho é como um galo e logo fica num estado de espírito que se põe a cantar de galo.
Se um homem aguenta o vinho fica com a força de um leão e só está bem a trabalhar.
O homem que aguenta bem o vinho mas que em vez de o beber até o come, fica bêbado e é pior que um burro que não toma ensino, dá coices e trata mal quem se aproxime dele.
A moral desta lenda está bem de ver. O vinho é uma bebida especial que revigora o homem e a mulher, mas que deve ser bebido com moderação para terem a força de leão e se evitar que façam figura de galo ou de burro.

Manfer
®
Torres Novas, 31/05/2015
Foto: Net

A ESPERTEZA DO RÉU



























Os Contos de Manfer

A ESPERTEZA DO RÉU

Quando era pequeno e ainda se vivia à luz da candeia de azeite no topo da chaminé, não havia ainda rádio ou televisão, ao serão ouvia muitas lendas e velhas histórias contadas quase sempre pela minha avó.
A única distracção que havia era uma grafonola muito antiga que para tocar se rodava uma manivela e saiam músicas muito antigas.
As lendas da minha avó era quase sempre o assunto das grandes noites de inverno com toda a gente sentada ao pé da lareira antiga, onde ardiam os bons cepos de lenha que cortada durante a primavera e seca e guardada no fim do verão.
A casa da minha avó era muito antiga e não havia água canalizada mas sim os cântaros de barro cozido pelo oleiro ou umas bilhas de folha de zinco feitas pelo latoeiro. A lareira era ampla mas só o chão dela era revestido com lajes de pedra. O resto do chão era feito com barro amaçado com palha de trigo e depois era muito bem batido até ficar lizo e rijo.
Mas, hoje, vou contar a lenda da esperteza do acusado inocente, que era um pobre homem muito religioso que foi acusado injustamente de ter assassinado uma mulher que tinha aparecido morta.
O verdadeiro assassino era um barão do reino que para se encobrir do seu repudiante acto espalhou traiçoeiramente um boato incriminando o pobre inocente, que foi prezo e estava sujeito a morrer na forca, porque não tinha testemunhas para se defender. As testemunhas do barão tinham sido compradas por bom dinheiro para jurarem falso e assim o encobrir.
O pobre do réu não tinha nenhuma chance a seu favor a não ser que houvesse um milagre para provar a sua inocência.
O pobre homem foi ouvido pelo juiz e sempre disse que estava inocente.
Mas, o juiz como ele não apresentou testemunhas, tinha que o levar a julgamento e condená-lo.
Havia quem pensasse que o juiz suspeitava da tramóia que havia contra o pobre homem e que o barão seu amigo é que teria todas as culpas.
No dia do julgamento o juiz disse ao réu que queria fazer-lhe um julgamento justo porque era um homem de grande religiosidade e que iria colocar a sorte do réu nas mãos de Deus nosso Senhor, para que o acusado provasse a sua inocência.
E disse o juiz: Nestes dois pedaços de papel vos escrever num a palavra: INOCENTE e no outro: CULPADO, o senhor vai escolher um deles quando eu lhe disser.
O veredicto da sentença será dado pelo que estiver escrito no papel que o Senhor escolher e decidir o seu destino.

Mas, sem que o réu se apercebesse, o juiz escreveu CULPADO em ambos os papéis, para que o acusado não tivesse nenhuma salvação e fosse condenado a morrer na forca.
O juiz colocou os papéis à frente do réu e mandou escolher um.
O homem hesitou mas agarrou um papel que meteu logo na boca e engoliu.
O juiz surpreso e indignado gritou: “Mas o que é que você fez?” “E agora como é que vou saber qual é o veredicto?”

-“É muito fácil!”: respondeu o réu: “Basta ver o que está escrito nesse papel e saberá o que estava no papal que eu engoli”!

O juiz imediatamente o julgou “INOCENTE” e o libertou.

MORAL DA LENDA:

Por muito difícil que seja a situação deve-se sempre ter esperança e cabeça fresca para resolver os problemas e as artimanhas que nos surgem na vida.

Neste caso a esperteza do réu salvou-lhe a vida.

Manfer
®
Torres Novas, 6/06/2015

Foto: Net

terça-feira, 12 de julho de 2016

A SORTE






























Manuel Mar.”Poesia”

A Sorte!

A sorte é desejada por toda a gente,
Como uma riqueza que é felicidade,
Nem sempre corresponde à verdade,
Porque a sorte se esvai e de repente.

Já houve quem teve a Grande Sorte,
Mas não soube acautelar o dinheiro,
Gastou e não fez nenhum mealheiro,
Viveu arrependido até à sua morte.

A sorte é sempre um bom presente,
Para quem souber usar sua mente,
A acautelar e garantir o seu futuro.

Ela é uma princesa muito sedutora,
E sabe menos que qualquer pastora,
Mas, o príncipe, já só come pão duro.

Manuel Mar.
Torres Novas, 12/07/2016

Foto: Net

A SORTE






























Manuel Mar.”Poesia”

A Sorte!

A sorte é desejada por toda a gente,
Como uma riqueza que é felicidade,
Nem sempre corresponde à verdade,
Porque a sorte se esvai e de repente.

Já houve quem teve a Grande Sorte,
Mas não soube acautelar o dinheiro,
Gastou e não fez nenhum mealheiro,
Viveu arrependido até à sua morte.

A sorte é sempre um bom presente,
Para quem souber usar sua mente,
A acautelar e garantir o seu futuro.

Ela é uma princesa muito sedutora,
E sabe menos que qualquer pastora,
Mas, o príncipe, já só come pão duro.

Manuel Mar.
Torres Novas, 12/07/2016

Foto: Net

RECADO DE AMOR
































Manuel Mar. ”Poesia”

Recado de Amor!

Foi ao ver o teu olhar tão cintilante,
Que minha alma tanto gostou de ti,
Naquela hora bendita em que te vi,
E que tanto desejei ser teu amante.

Agora que te desejo a cada instante,
Já só quero nos teus caminhos viver,
E da forma gostosa como deverá ser,
Porque tu és para mim tão excitante.

Eu quero conquistar o teu terno olhar,
Porque só a ti eu sinto desejo de amar,
Para ser feliz só contigo eternamente.

Porque tenho por ti amor no coração,
Que a cada dia se torna maior paixão,
Só anseio viver contigo, serenamente.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 12/07/2016

Foto: Net

RECADO DE AMOR
































Manuel Mar. ”Poesia”

Recado de Amor!

Foi ao ver o teu olhar tão cintilante,
Que minha alma tanto gostou de ti,
Naquela hora bendita em que te vi,
E que tanto desejei ser teu amante.

Agora que te desejo a cada instante,
Já só quero nos teus caminhos viver,
E da forma gostosa como deverá ser,
Porque tu és para mim tão excitante.

Eu quero conquistar o teu terno olhar,
Porque só a ti eu sinto desejo de amar,
Para ser feliz só contigo eternamente.

Porque tenho por ti amor no coração,
Que a cada dia se torna maior paixão,
Só anseio viver contigo, serenamente.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 12/07/2016

Foto: Net

A CASA DO CARVÃO































Os Contos de Manfer

A CASA DO CARVÃO

Na minha aldeia, havia uma velha tradição de que todo o povo gostava. Era o teatro, principalmente o teatro de revista, que durante muitos anos era feito pelo povo da aldeia e, dizia o meu pai, que muita gente da vila de Torres Novas bem como da cidade de Tomar, iam lá assistir às representações.
O meu pai também dizia que essa tradição acabou no ano de 1941, devido a um grande ciclone que destruiu a casa do teatro, que por acaso até pertencia a um tio da minha mãe, e só se salvou o pano de Boca de cena, pano esse que foi guardado.
O meu pai fez parte de uma tuna de instrumentos de cordas, que tocava e cantava nas récitas que nesse tempo se faziam nesse teatro.
Eu ainda aprendi com o meu pai, que era um tenor, algumas das canções que faziam parte dos espectáculos das revistas que eram exibidas em Lisboa, e que eram copiadas e representadas lá na aldeia pelos “artistas” da casa.
Entretanto, eu cresci e ganhei asas e, aí pelos meus
dezasseis anos de idade, andava a estudar no Colégio Nuno Álvares em Tomar, e colaborei com o Padre Abílio Franco na constituição de um grupo cénico, para recuperar as tradições de teatro da aldeia.
Formado o grupo cénico com rapazes da freguesia, e como na aldeia não havia nada, pedimos uma casa emprestada que nos foi cedida.
Era uma antiga casa de carvão que era produzido numa destilaria contígua mas que estava há muito tempo inactiva.
Deitámos as mãos à obra, mas estivemos mesmo para desistir, dada a grande quantidade de carvão de que o chão e as paredes de pedra à vista, continha. O que nos valeu foi que mais gente apareceu e ajudou nas limpezas. Terminadas as limpezas, tivemos de arranjar o palco e, depois aplicámos o velho pano de boca que ainda existia do antigo teatro, e um novo teatro apareceu à luz do dia.

Várias peças foram encenadas e o teatro voltou à vida durante algum tempo. O grupo cénico conseguiu-se aguentar durante alguns anos, fez récitas até em algumas localidades vizinhas, mas com a ida dos rapazes para o serviço militar e também pelo aparecimento das guerras no ultramar e porque não apareceu mais ninguém e tinha, entretanto, surgido a  Televisão, o nosso grupo desfez-se.
Eu, ainda deixei ao meu irmão mais novo, que se tornou em bom tocador de viola, todos os papéis das peças que representei, mas as circunstâncias da vida com o falecimento do nosso pai, toda a família foi viver
para Torres  Novas e, a ligação à nossa aldeia ficou
à distância,  e quase terminou.
A casa do carvão foi devolvida ao dono e o teatro terá terminado para sempre na minha amada aldeia de Soudos.

Manfer
®
Torres Novas, 6/6/2015

Foto: Net

A CARRADA DE MATO





























OS CONTOS DE MANFER
A CARRADA DE MATO
Tinha acabado há pouco a 2ª Grande Guerra, teria eu uns 7 ou 8 anos, e já fazia alguns trabalhos no campo, tais como: as regas das hortas, a apanha do figo, as vindimais, as mondas, etc.
      Desta vez, vou contar a minha ida á Charneca da Chamusca com uns boieiros para trazer uma carrada de mato encomendada pelo meu pai e para aprender como se fazia.
Na pequena casa agrícola de meu pai, nesse tempo, entre outras coisas, também havia sempre cabras, ovelhas, porcos, burros, etc. e o mato era preciso para as camas do gado e, assim fabricar o estrume para as propriedades agrícolas.
A viagem até á Chamusca levava mais de 3 horas a passo de boi, pelo que saímos da minha aldeia natal, os Soudos, um pouco antes do nascer do sol. Eu sentei-me ao lado do boieiro encima do carro e o ajudante seguia a pé á frente dos bois.
Quando chegámos á Charneca, depois de uma viagem muito dura para mim, já lá estava o meu pai que tinha ido de bicicleta para comprar e pagar o mato ao roçador.
 O mato levou muito tempo a carregar ao boieiro e seu ajudante, pois eu não podia com aquelas grandes paveias de mato.
Eu já conhecia, Tomar, Torres Novas, Entroncamento, etc. mas naquele dia, fiquei a conhecer também a Golegã e a Chamusca.
      A meio da tarde ficou o carro bem carregado e iniciámos a viagem de regresso e eu lá me ajeitei na rede do carro, dormi uma soneca, enquanto o boieiro e o ajudante seguiam á frente dos bois a dirigi-los.
      Quando aquela romaria do carro com o mato todo enfeitado com plantas silvestres, chegou aos Soudos já o Sol se escondia por detrás das serras de Aire e Candeeiros e eram horas da ceia.
      Era costume dar uma boa ceia ao pessoal logo que o carro ficasse descarregado e assim aconteceu, mas eu o que mais sentia era sono e fui dormir.

MANFER
®
Torres Novas, 1/06/2015

Foto: Net

O DIA DA BELA CRUZ (3 DE MAIO)







































OS CONTOS DE MANUEL MAR

O DIA DA BELA CRUZ


Dia da Bela Cruz - 3 de Maio

Dos jornais:

“Não são apenas as festividades rurais ligadas ao primeiro de Maio a merecer reparo pela sua expressividade popular, cumpridas, ciclicamente, em rituais e crenças. Também os dias 2 e 3 de Maio são celebrados entre nós com idênticas manifestações de carácter festivo, comportando todas elas praxes cerimoniais específicas.

Enquanto algumas têm origem em ritos pagãos campestres perfilhados pela Igreja, outras têm por intenção invocar, tão-só, factos ou mitos considerados dignos de relevância. Umas e outras a misturar na sua componente o histórico, o religioso e o profano, particularmente entre a comunidade rural, onde crenças e práticas rituais continuam a verificar-se em datas festivas, como herança perpetuada até aos nossos dias. Já na antiga Roma tinham lugar nos dias 1, 2 e 3 de Maio, as Florais ou Florálias, festas celebradas em louvor de Flora, deusa das flores e mãe da Primavera.

Amada por Zéfiro, vento do oeste, e venerada pelos Sabinos – antes da submissão deste povo aos Romanos, em 220 a.C., e da própria fundação de Roma – , Flora apresentava-se no seu templo, no Quirinal, uma das sete colinas onde foi construída Roma, permanentemente adornada com grinaldas de flores.

As celebrações tiveram, de início, um carácter campestre e popular, com jogos e danças, mas acabaram por tornar-se extremamente licenciosas.
Daí, ser provável, a eventual relação entre as celebrações a Flora e as comemorações rituais campestres que se efectuam no nosso e noutros países nos três primeiros dias de Maio, principalmente no dia 3 – dia da Santa Cruz, ou dia das Cruzes, dia da Bela Cruz, ou dia da Vera Cruz – , data em que se regista uma das mais antigas solenidades litúrgicas da Igreja, já celebrada em Jerusalém no tempo do imperador romano Constantino, baseada na exaltação do triunfo de Cristo sobre a morte.”

 Já Roma festejava a deusa Flora, as chamadas festa da primavera com caracter licencioso de festas mundanas e pagãs.
Com o decorrer dos séculos a Santa Madre Igreja cristianizou as festas da primavera e inúmeras festas e romarias ainda proliferam nestes dias de norte a sul do País, com uma praxe que é comum a todas elas: a de enfeitar com flores variadas, verdura, rosmaninho e «cordões de maias» (giestas) as fontes, os cruzeiros.

Em muitos sítios, até, as campas dos cemitérios e as encruzilhadas eram enfeitadas, para «proteger as pessoas e os animais dos malefícios das bruxas«.

MANUEL MAR
®
Torres Novas, 1/06/2015

Foto: Net